Fomos alvos de assédio religioso!
E aí galera! tudo bem com vocês? Aqui é a Lena (finalmente né?), e o assunto aqui, embora não seja nada legal, é BEEEEEM relevante. E bora pra história.
Hoje por volta das 19:30 - 20:00, depois de um bom banho relaxante, fui deitar na minha deliciosa caminha depois de um dia extremamente cansativo e estressante para poder descansar a mente e o corpo (porque convenhamos, ninguém é de ferro né?) e aconteceu o seguinte fato: CRENTES! sim, AQUELES crentes, que quando vem alguém que não é da mesma religião ou não acredita no DEUS que eles creem, insistem e correm atrás das pessoas até não poder mais.
Vou resumir o mais breve possível o começo dessa enorme confusão, porque se eu for contar tudo desde o início desse fuzuê, vocês todos vão ficar com "sangue nos olhos" e mais perdidos que agulha em palheiro.
Tudo começou em 2020, no inicio da pandemia, mais especificamente ente os meses de março e abril. Nessa época eu estava com grandes problemas de saúde física e psicológica (como a maioria das pessoas da época, aliás), e acabei me envolvendo com pessoas erradas (mas quem nunca errou, não é mesmo?), e essas pessoas passaram meu contato para a (NOMES FICTÍCIOS) Sra. X, que entrou em contato comigo no WhatsApp, juntamente com seu marido, o Sr. X, e ambos me convidaram para uma tal "Janta".
No começo, eles pareciam pessoas boas e diferentes dos crentes evangélicos que eu tinha ouvido falar e conhecido, eram doces e gentis e me fizeram uma proposta de conhecer o VERDADEIRO DEUS, O DEUS DE AMOR, que eles servem (ou acham que servem). Falei para eles que não tinha interesse em servir a religião e nem ao Deus que eles acreditam, mas que eu aceitaria ir na janta (porque comida de graça nunca é demais, não é mesmo?). chegando lá, a primeira coisa em que prestei atenção foi o local em que nos encontrávamos e já tracei todas as rotas de fuga possíveis caso desse algum tipo de B.O ( sim, sou dessas, me julguem!), nunca se sabe o que pode acontecer quando você está sozinha em um local totalmente desconhecido juntamente com pessoas desconhecidas.
Quero deixar muito claro que isso não é um discurso de ódio contra a religião evangélica ou qualquer outra fé, apenas um relato de coisas que de fato aconteceram, e um protesto contra uma ATITUDE e MODO DE AGIR, que condenaria vindo de QUALQUER vertente religiosa, incluindo o paganismo (inclusive já cortei relações por ver ações similares em colegas do paganismo).
Mas voltando à vaca fria (quem criou essa expressão?): saímos do carro, e ouvi pessoas cantando musicas religiosas e obviamente questionei a Sra. X por que estávamos nesse local, ou melhor, o que era esse local. Ela me respondeu que era a casa de uns amigos (o que não era mentira), mas não me contou que a casa deles era uma "célula" (Local parecido com uma igreja onde algumas pessoas se reúnem para falar sobre a bíblia, Jesus, Deus, relatos milagrosos que aconteceram nas suas vidas e também para profetizar o que vai acontecer). Sentei na mesa junto com toda aquelas pessoas e depois da refeição, um tal "PROFETA" começou a falar de cada um que estava ali, e por fim, chegou minha vez (...) É, foi uma experiência nada legal e extremamente chocante e vergonhosa. Ele começou a falar de tudo que tinha acontecido na minha vida. ABSOLUTAMENTE TUDO!
Mas aí que vem a pergunta: COMO ELE SABIA? simples! Através da Sra. X que tinha contado tudo de mim pra ele, tentando fazer eu crer que realmente Deus sabia das coisas que me aconteciam e que estava cuidando de mim e etc. Fizeram uma verdadeira lavagem cerebral, onde conseguiam me manipular para conseguir reter todo tipo de informação, tanto da minha vida, como no dia a dia. Bom, funcionou. Fiquei apavorada, me sentindo culpada, e comecei a fazer tudo o que me diziam, afinal, "Deus" sabia de todos os meus "pecados".
1 ano depois, comecei a perceber a realidade do que estava acontecendo, ou melhor, A VERDADE por detrás de tudo aquilo. Eu não estava feliz, eu não me sentia feliz, havia me afastado de tudo o que amava fazer, me sentia julgada, culpada, condenada. Consegui com muita dificuldade abrir meus olhos e expandir a mente e decidi por um final nessa caminhada cristã, porém não foi tão simples assim.
Assim que decidi me afastar, começaram as ameaças de Inferno, a perseguição, as mensagens mandadas initerruptamente, as promessas de que eu iria perder tudo, desenvolver câncer, que cairia na danação... A lista era longa. Foi muito, muito difícil fugir de todo esse assédio, mas enfim consegui cortar o contato com esse povo.
Recentemente, porém, depois de mais de um ano, a Sra. X entrou em conato comigo pelo Instagram e celular de seu marido, o qual havia me esquecido de bloquear, e recomeçaram as mensagens através de celulares de pessoas desconhecidas, passando meu número para conhecidos seus e indo atrás de mim por redes sociais de terceiros. Minhas amigas atuais - pessoas mais sensatas que essa galera - até tentaram fazer uma piada para ver se ela se mancava, perguntando se ela queria ouvir sobre o Satanismo, mas ela sequer entendeu a zombaria, ou a intenção de mostrar o quão ridícula e inconveniente estava sendo.
Bem, depois de muitas contas bloqueadas, hoje ela entrou em contato por um número antigo, que eu sequer sabia existir ainda. Ameaçou levar os prints de conversas nossas na delegacia por eu, supostamente, a "ofender" (em todas as vezes em que me irritei e a mandei parar de me assediar religiosamente). Num primeiro momento fiquei bem desesperada, e acabei dando brecha pra Fulana começar a falar... Tentei dialogar, a Bree tentou mostrar como ela estava sendo irracional e desequilibrada, mas ela não ouvia, e começou a falar das coisas pessoais que costumavam me afetar. Bem, hoje em dia não afetam mais. Bloqueei a mulher, (deve ser o décimo número que bloqueio), e pretendo fazer um BO por assédio religioso contra ela.
Quis compartilhar essa história porque sei que é a história de muita gente aqui, passada, presente ou futura. Mesmo que a lei preveja liberdade religiosa, sabemos que o Brasil é um país majoritariamente cristão, onde o costume, muitas vezes, pesa mais do que a lei. Intolerância e assédio são o cotidiano de muita gente no caminho do paganismo, nas fés não-cristãs de modo geral, e dos ateus. É horrível. E se existe uma história e traumas pregressos, fica ainda pior. Se esse é o seu caso, você não está sozinho(a). Sempre fomos ensinados a sermos bonzinhos e criados na lógica cristã de "dar a outra face", mas da última vez que cedemos demais, pessoas foram assassinadas em nome da fé por 1500 anos (ou mais). Mais além, não é apenas uma questão de bem social. É uma questão de orgulho, dignidade e posição pessoal. Ninguém, absolutamente ninguém tem o direito de submeter oura pessoa a assédio moral, e no estado do Rio de Janeiro, tentativas de conversão já se enquadram em um caso específico de intolerância e assédio nomeado Assédio Religioso pelo Projeto de Lei 4257-A, de 2018. Em ouros estados, embora não haja essa lei específica, a importunação sistemática se enquadra como assédio moral, e é seu direito por lei ser deixado(a) em paz. A Lei está do seu lado, não tenha medo de recorrer a ela para se proteger, se for preciso. Acima de tudo, não se deixe ser refém do medo. Mantenha-se firme, encontre suporte em pessoas de confiança, em quem já passou por situações similares, e em quem possa te orientar.
Com esse relato que talvez tenha ficado muito longo, mas que é um desabafo muito necessário, me despeço de vocês por hoje, deixando um grande abraço em cada um.
Resistimos, irmãs e irmãos. Somos as bruxas queimadas que reencarnaram.
FOGUEIRA, NUNCA MAIS!!!!!!

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